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Faça sua parte no advocacy para as bibliotecas

Contribua com a disseminação desta carta “Bibliotecas por um mundo melhor:

ontem, hoje e sempre”.


O que é advocacy?


Advocacy é um termo em inglês, sem tradução literal para o português. Em linhas gerais, significa defender, promover e trabalhar sistematicamente por uma causa. O termo também pode ser entendido como ativismo e, neste sentido, todo bibliotecário e toda bibliotecária podem ser ativistas, ou advocates pelas bibliotecas.


O advocacy pelas bibliotecas brasileiras tem sido uma das vertentes principais de atuação da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB), aliada ao compromisso de apoiar o desenvolvimento continuado dos profissionais que atuam em bibliotecas, em centros de documentação e de memória e em espaços que promovam a leitura, a informação e a cultura. O advocacy é um processo que envolve diversos atores, porém, para que ele comece, é preciso de uma ação inicial: a sua ação. É sobre isso que vamos falar aqui.


Por que escrevemos a carta “Bibliotecas por um mundo melhor: ontem, hoje e sempre”? Bibliotecas públicas e comunitárias carecem de políticas públicas consistentes que garantam investimentos contínuos para manutenção e aprimoramento de seus programas, produtos e serviços. A pandemia de Covid-19 trouxe ainda mais desafios para a área cultural. Em 2019, o Ministério da Cultura foi extinto pelo atual Governo, e Estados e municípios seguem, em sua maioria, sem investimentos financeiros para as bibliotecas.


No momento em que todas as atenções estão voltadas para o combate à pandemia, com investimento prioritário de recursos na área da saúde, é extremamente importante evidenciar que bibliotecas públicas e comunitárias, enquanto espaços vivos e atuantes, são estratégicas e podem contribuir com a qualidade de vida das pessoas.


Nesse sentido, o Grupo de Trabalho de Bibliotecas Públicas (GT-BP) da FEBAB, inspirado em uma carta publicada pela Associação de Bibliotecários de Portugal, produziu uma versão brasileira intitulada “Bibliotecas por um mundo melhor: ontem, hoje e sempre” (leia aqui), para reafirmar o compromisso das bibliotecas públicas com uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável.


O que você e sua biblioteca podem fazer com essa Carta?


Convidamos você a realizar algumas ações que podem contribuir com a visibilidade e com a ampliação de recursos destinados às bibliotecas.


Para termos as bibliotecas que desejamos, precisamos estar em movimento e procurando os espaços para falar da importância delas na vida das comunidades locais.


A seguir, elencamos sugestões de ações que têm a Carta como ponto de partida, mas você pode encontrar outras maneiras de fazer com que a biblioteca faça parte da comunidade. Então, vamos lá.


Você e sua equipe acreditam que a biblioteca tem papel transformador na sociedade?


É importante que você e toda a equipe da biblioteca façam uma leitura atenta da Carta e reflitam sobre o que a biblioteca pode aprimorar para ser uma aliada da Agenda 2030 da ONU. Aliás, se você não sabe o que é Agenda 2030 e os 17 ODS, convidamos a ler o documento Acesso e oportunidade para todos: Como as bibliotecas contribuem para a agenda de 2030 das Nações Unidas, da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA).


Para colaborar com esse processo, o GT-BP lançou o Clube de Leituras Recomendadas, para discussão coletiva de textos sobre a missão das bibliotecas, sobre advocacy, serviços e outros assuntos importantes para o fortalecimento das bibliotecas públicas. Para receber mais informações sobre o Clube, cadastre-se na lista de discussão, disponível em: https://www.acoesfebab.com/publicas.


Preparando sua fala


É essencial que você prepare um pequeno material como portfólio de ações, programas e serviços da biblioteca onde atua. Descreva quais são as atividades, com quais públicos dialogam, a periodicidade com que ocorrem, entre outras informações que explicitem como elas estão alinhadas aos ODSs e contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ações de advocacy pressupõem que você mostre com clareza o que faz. Demonstre evidências de seu trabalho e de sua atuação, incluindo dados quantitativos e qualitativos que você disponha.


Divulgando a Carta


Agora que você já falou com toda a equipe da biblioteca e preparou o portfólio, é hora de conversar com a comunidade. Portanto, divulgue a Carta de forma atrativa e acessível, em local visível, para que possa ser lida facilmente por todas as pessoas. Publique no site e nas redes sociais da biblioteca, ou ainda a imprima e afixe em locais estratégicos. Pense em outras formas criativas de disseminá-la, quanto mais pessoas conhecerem melhor.


Conversando sobre a Carta


Como dissemos, advocacy é um processo. Alguns dos atores que precisam ser mobilizados são aqueles que decidem a vida das bibliotecas, os chamados “tomadores de decisão”. É importante que esta Carta chegue a governadores, prefeitos, vereadores e deputados.


Tenha uma estratégia para isso, comece por aqueles que você elegeu (todos os parlamentares e executivos têm seus contatos públicos na rede). É preciso também que você analise a agenda de campanha deles(as) e mostre como a biblioteca se insere nos objetivos que eles(as) declararam querer alcançar. Reforce o papel das bibliotecas na Agenda 2030 da ONU.


Conhecendo as possibilidades de obter recursos


Busque informações sobre emendas parlamentares vinculadas a vereadores e deputados estaduais e federais, e quais são os recursos que eles e elas têm à disposição para investir em pautas, sempre ligadas a seus territórios eleitorais. Além disso, identifique na sua cidade potenciais organizações parceiras (ONGs, instituições, fundações, etc.) para que juntos possam ser proponentes de projetos visando captar recursos dessas emendas.


Outra questão importante é conhecer e buscar participar dos processos (de planejamento e formulação) orçamentários, se envolvendo com o Plano Plurianual (PPA) e com a Lei Orçamentária Anual (LOA). Converse com gestores públicos, municipais e/ou estaduais das pastas onde a biblioteca está subordinada – geralmente nas secretarias de Educação e Cultura.


Participando da rede de advocacy


Você pode estar se perguntando: como eu faço isso sozinho(a)?


Você deve buscar aliados e aliadas, sistemas de bibliotecas e outras organizações que podem somar esforços. No plano estadual é importante conhecer a associação de bibliotecários filiada à FEBAB. Converse com eles(as) sobre as ações que pretende desenvolver e faça parte da Associação. A FEBAB é o braço brasileiro da IFLA e, dessa forma, você estará conectado com outros profissionais e associações em nível regional, nacional e internacional. Você não está sozinho(a), filie-se!




Buscando apoiadores


Outro ponto essencial é que você articule uma “rede do bem” em prol da biblioteca. Identifique pessoas próximas, como amigos, parentes, grupos, coletivos, comerciantes, empresários, entre outras, e conte o que a biblioteca faz e como ela poderia ampliar seus projetos se tivesse mais apoio. Convide-as para conhecer o espaço e mostre que a presença delas é significativa para as ações que a biblioteca desenvolve durante todo o ano. Cuide para que sejam convidadas para exposições, rodas de leitura, entre outras atividades. É preciso criar vínculos e mostrar que a biblioteca é atuante. Os apoios podem ser ou não financeiros, é preciso iniciar uma cultura de disseminação de informações sobre os programas que a biblioteca mantém e seus benefícios para as comunidades. Essa ação é imprescindível para ampliar a rede de relacionamentos em defesa da biblioteca. Muitas oportunidades podem surgir. Então, nunca desperdice uma boa conversa sobre a biblioteca.


Finalizando…, mas nem tanto


As ações apresentadas aqui podem ser parte de um projeto de advocacy. Para termos êxito precisamos ser persistentes e resilientes. Dessa maneira, você e sua equipe estão contribuindo para que tenhamos mais e melhores bibliotecas para todos, todas e todes que vivem no país. Não desista caso não tenha sucesso na primeira tentativa. Ações de advocacy levam tempo para que possamos colher os frutos. Agora é hora de colocá-las em prática.


Acesse https://forms.gle/46rXtCAPXwFyESA1A e assine a Carta. Convide sua equipe também para mostrar que estão comprometidos com o papel transformador das bibliotecas.


Depois, escreva para o e-mail gtbp@febab.org.br para contar como foram suas ações de advocacy.


Acompanhe o GT-BP/FEBAB:


Mais indicações de leitura para você e sua equipe:


American Library Association. Office for Library Advocacy, “Manual das Pessoas que Advogam pela Biblioteca,” Repositório – FEBAB. Disponível em: <http://repositorio.febab.org.br/items/show/6168>. Acesso em 4 de junho de 2021.


Bibliotecas: estamos disponíveis. Disponível em <https://cartaabertabibliotecas.wordpress.com/>.


CASTRILLON, S. Bibliotecas públicas na Colômbia: acertos, frustrações e desafios. In Diálogos do 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias. São Paulo: Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.spleituras.org.br/wp-content/uploads/2015/02/Notas-9.pdf>.


Conheça os 10 minutos de advocacy da Biblioteca. Disponível em: <https://www.acoesfebab.com/blog/categories/advocacy>.


GUIA DE AÇÕES DE ADVOCACY PARA A AGENDA 2030. São Palo, ACT Promoção de Saúde, s.d. Disponível em: <https://actbr.org.br/uploads/arquivos/PLANO-ADVOCACY_REFERENCIAS-SEPARADAS-110221.pdf>


IFLA - International Federation of Library Associations and Institutions, “Acesso e oportunidade para todos: Como as bibliotecas contribuem para a agenda de 2030 das Nações Unidas” Repositório – FEBAB. Disponível em <http://repositorio.febab.org.br/items/show/590>. Acesso em 5 de junho de 2021.


IFLA - International Federation of Library Associations and Institutions, “Agenda 2030 e como as bibliotecas podem contribuir com a sua implementação,” Repositório - FEBAB. Disponível em <http://repositorio.febab.org.br/items/show/438>. Acesso em 5 de junho de 2021.

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